A Lenda de Zelda 64

    O mito da criação de Hyrule foi passado de geração a geração por seus sábios. Ele trata sobre o tempo antes dele próprio ou, pelo menos antes de seres que pudessem entendê-lo ou se importar com sua passagem, existirem. A Terra de Hyrule nasceu quando as três deusas da criação, Din, Naryu e Farore, desceram dos céus e organizaram aquilo que era apenas uma massa confusa de poeira cósmica. Elas habitaram sua nova criação com 5 raças diferentes de humanóides. Para as regiões, elas destinaram a raça-peixe Zora. Nas montanhas rochosas, floresceram os Gorons, criaturas comedoras de pedras. Nas profundezas da floresta, o povo duende Kokiri nasceu junto com a Árvore Deku, que os abrigava contra as forças do exterior.     

O povo de pele escura Gerudo habitou os desertos, enquanto as planícies verdejantes foram reservadas ao nobre povo Hylian.
     Antes de deixar seu novo mundo, as três deusas impuseram às novas recém-nascidas alguns códigos sagrados de lei e ordem. Quando saíram de Hyrule para voltar aos céus, deixaram para trás um símbolo que representava seu poder: a lendária Triforce. Representando a aparência das três deusas: Poder, Coragem e Sabedoria. A Triforce tornou-se base da prudência de Hyrule e era revenciada por todas as raças que lá habitavam. Afetada pela magia da Triforce, a terra a seu redor tornou-se próspera e bela, ficando conhecida por Reino Sagrado. 

Embora a maioria dos habitantes de Hyrule respeitassem a Triforce, existiam pessoas audaciosas o bastante que planejavam roubar a relíquia e usar seu poder para finalidades egoístas. Para impedir que a Triforce caísse em mãos erradas, um grande sábio chamado Rauru planejou e construiu o Templo da Luz para proteger a entrada do Reino Sagrado. Dentro do templo, a entrada para o Reino Sagrado estava obstruída por uma complexa barreira mágica que apenas poderia ser aberta por alguém digno de estar à presença da Triforce em perfeita harmonia.
     Com o passar do tempo, a Triforce tornou-se uma lenda e os diferentes povos de Hyrule esqueceram as leis e conhecimentos que as deusas haviam deixado. Guerras e conflitos tornaram-se comuns em Hyrule. Os exércitos de Zora combatiam os Hylians, os Gorons lutavam contra os Gerudos. Parecia que as raças não se suportavam mais. Apenas os reclusos Kokiri, protegidos por sua floresta e pela Grande Árvore Deku, foram poupados das destruição das Guerras Civis de Hyrule. Após 50 anos de combates incessantes, surge um rei Hylian de grande sabedoria, coragem e poder. Através de suas brilhantes campanhas militares e sábia diplomacia, ele conseguiu trazer ao variado povo de Hyrule uma tênue harmonia. Tratados de paz foram assinados e a prosperidade parecia florescer novamente em Hyrule. Mas nem bem as pessoas declararam paz em Hyrule, os problemas voltaram a acontecer.
     No infindável deserto de Hyrule, o rei dos ladrões de Gerudo, Ganondorf, deu de cara com as antigas lendas da Triforce enquanto fazia uma pesquisa sobre mágicas. Os contos descreviam o grande poder que seria concedido àquele que possuísse a relíquia sagrada: "Em um reino além da visão, o céu brilha em tons dourados e não azuis, lá, o poder da Triforce faz com que os sonhos dos mortais virem realidade". Outra lenda pouco conhecida intrigava o maquiavélico Gerudo. 

Ela fornecia os detalhes sobre como ter acesso ao Reino Sagrado. De acordo com a história, existiam três Pedras Espirituais que eram parte do enigma que abria o Reino Sagrado. Com grande interesse, ele leu que as Pedras Espirituais estavam em poder dos Kokiri, dos Gorons e dos Zoras. Porém, embora esses itens fossem essenciais para abrir o portal para o Reino Sagrado, era imprescindível o uso de um item: a lendária Ocarina do Tempo. 

De acordo com a lenda, esse instrumento mágico era posse da Família Real de Hyrule. Armado com um mapa do tesouro, Ganondorf coloca seus planos em ação. Junto com seus maléficos comparsas, ele veio do deserto com a intenção de usar seus poderes místicos e força bruta para roubar as Pedras Espirituais de seus donos. Ele acreditava que seria fácil intimidar os Gorons e Zoras para entregar as pedras, já que esses povos estavam enfraquecidos pelas guerras civis de Hyrule. Ele achava que podia destruir facilmente a árvore guardiã dos Kokiri e reivindicar a Pedra deles. Com as pedras finalmente em suas mãos, ele então poderia obter a última chave para o Reino Sagrado. A chegada de sua audiência com o rei de Hyrule seria a perfeita oportunidade para se infiltrar no poderoso Castelo de Hyrule. Uma vez lá dentro, ele descubriria qual membro da Família Real possuía a Ocarina. Ele jurou fazer de tudo para conseguí-la, matar seu dono se necessário, mesmo se este for a jovem filha do Rei de Hyrule, a princesa Zelda...